Marina Silva obteve quase 20 milhões de votos na última eleição presidencial e, não fosse ela cidadã de um estranho país chamado Brasil, já estaria credenciada como uma líder política importante: seu projeto mereceria o apoio de uma parcela significativa dos políticos.
Mas a eleição passou, os eleitores recolheram suas armas e Marina teve seu cotidiano invadido por negociações com políticos profissionais, preocupados com seus mesquinhos interesses pessoais. Estes não estão nem aí para sua popularidade, muito menos para a causa ecológica. Sem espaço no PV, cuja direção está nas mãos de notórios adesistas, Marina não sabe bem qual rumo seguir, pois as opções oferecidas pela legislação eleitoral a poriam no limbo político.
Este é o problema de quem se apresenta com o propósito de moralizar a prática política, de ser diferente de tudo aquilo que está aí. Marina combate o fisiologismo dos partidos existentes e sabe muito bem ser oportunista a manobra para criação de uma nova legenda. Ela, que já se mudou do PT para o PV, corre o risco, se fizer isto outra vez, de ser identificada como um ser político igual aos outros, que trocam de legenda como quem troca de camisa.
Quem pretende reformar o sistema político “por dentro” esbarra numa dificuldade insuperável: ter que atuar de acordo com leis feitas sob medida para manter inalterados os privilégios da classe política viciada no toma lá, dá cá. É impossível, é como tentar dançar um minueto ao som de rock.
Wiki Repórter luferom, Brasília - DF
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