sexta-feira, 30 de novembro de 2007

EM ACRELÂNDIA, AGRICULTORES COMEÇAM A RECUPERAR O TEMPO QUE FICARAM FORA DA SALA DE AULA.


É no campo onde seu Bernardo ocupa a maior parte do tempo. Hoje ele é um dos maiores produtores de banana de Acrelândia, é do pedaço de chão da colônia dele, no ramal da linha dois que sai a renda para sustentar a família, diz seu Bernardo. O principal instrumento dele nas atividades do dia-a-dia sempre foi à foice. Mas agora, essa ferramenta de trabalho está sendo substituída por lápis e papel. Aos 41 anos, seu Bernardo está descobrindo um novo mundo por meio do conhecimento. No fim da tarde, seu Bernardo segue para mais uma noite de aula. A professora é a primeira a chegar à escola para preparar o ambiente. Assim como ele, outros agricultores buscam o seu lugar. É em um galpão simples, sem infra-estrutura que funciona a sala de aula. Mas para essa turma, vale tudo na hora de aprender.

A rotina dessas pessoas foi sempre de muito trabalho. Eles nunca tiveram oportunidade para o ensino, para eles, essa é uma chance que não pode ser desperdiçada. Aos 38 anos e com 11 filhos para cuidar, dona Lucimar encontrou tempo para se dedicar aos estudos. “Eu sempre me dediquei ao trabalho pesado, agora eu quero aproveitar essa oportunidade e estudar”, diz dona Lucimar.

Dona Francisca nasceu e se criou em um seringal próximo ao município de Feijó. Segundo ela, no local não existia escola. “Eu morava no seringal e lá não tinha escola”, diz dona Francisca.

Um aluno chama a atenção da turma. Seu Ivan, ele é um dos maiores pecuaristas do município e já aprendeu uma lição: nunca é tarde para estudar. “Hoje eu quero dedicar o maior tempo da minha vida ao estudo” diz seu Ivan.

Um dos métodos usados na alfabetização dos alunos é a musica regionalizada, “O ritmo e a afinação não importam o que importa a aqui, é a motivação”, diz Vagner Berto coordenador do alfa 100 em Acrelândia.

O alfa 100 tem como principal objetivo erradicar o analfabetismo no estado do Acre, onde 25% da população não saber ler nem escrever. Mais do que levar o conhecimento a uma das regiões mais afastadas do País, o alfa 100 está incentivando o exercício da cidadania.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Foi realizado em Acrelândia um encontro de fanfarras.


Musica clássica, sertaneja, trilha sonora de filme, charme e muita alegoria. Foi assim o I festival de fanfarra do município de Acrelândia promovido pela prefeitura. O festival foi uma confraternização das fanfarras de todo o estado. Segundo o presidente da federação das fanfarras, essa pratica está bastante difundida no interior. Parte do sucesso das fanfarras nas escolas é atribuída aos regentes, eles são os responsáveis pela parte musical e disciplina da banda, além de descobrir talentos musicais na escola. “A fanfarra ocupa a mente dos alunos, além de despertar neles vocação para a musica”, diz Rogério Morais regente. O glamour das alegorias, das coreografias, dos músicos e das bailarinas, encantava o público. “Isso incentiva os nossos jovens a praticar coisas boas” afirma seu Mario Bezerra, aposentado. O festival foi apenas uma apresentação ao público, mas cada banda, demonstrou as melhores performance que são avaliadas nos grande festivais.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

A caravana do circuito teatral faz apresentação em Acrelândia com dois espetáculos.

O espetáculo na rua das brincadeiras mostra o mundo cheio de magia e inocência das crianças por meio de cinco amiguinhos que moram na mesma rua e descobrem o verdadeiro sentido da palavra apaixonado. De forma lúdica, os atores relembram as brincadeiras e cantigas de roda que atravessaram gerações. Já o espetáculo Manuela e o boto, é uma adaptação do texto uma história de boto, da escritora Francisca Mary, para teatro de rua. A peça conta a história de uma garota sonhadora, que vive em um seringal e é filha de um pai muito bravo. Depois de passar a vida sonhando com o príncipe encantado, Manuela em uma noite de lua encontra um rapaz por quem se apaixona perdidamente. Na verdade, o rapaz, é um boto, peixe típico das lendas amazônicas, que nas noites de luar se transforma em um homem bonito, para encantar as donzelas. Acrelândia está sendo o primeiro município percorrido pela turnê que vai até 14 de Dezembro. O grupo passará por mais cinco municípios. Além dos atores, alunos da escola da rede pública, também fizeram apresentação ao público.

domingo, 4 de novembro de 2007

Enfim, a TV pública.

O Brasil é assim, demora, mas, acontece. Finalmente, vamos ter a TV pública. Mais do que isso, um sistema público de comunicação – agência de notícias, rádios, TV –, com um Conselho Curador de 20 membros (um representante dos funcionários, os ministros da Cultura, Comunicação Social, Educação e Ciência e Tecnologia, e 15 membros da sociedade civil indicados pelo presidente da República). O nome oficial é Empresa Brasil de Comunicação - EBC, mas vem sendo chamada pela mídia de TV Pública, porque nossa elite sabe o que conta, onde está o poder ou os meios para nele se perpetuar. É a TV, idiota, diria o norte-americano. A EBC vai incorporar a Radiobrás, a Agência Brasil e a TVE do Rio e a do Maranhão. Seu custo anual será de R$ 350 milhões e os recursos virão do Orçamento Geral da União, de prestação de serviços ao governo e da propaganda institucional. Duas jornalistas, Tereza Cruvinel e Helena Chagas, com longo histórico profissional e cidadão, foram indicadas para, respectivamente, presidir a empresa e chefiar o jornalismo, dando a partida à implantação da EBC, agora concretizada com a edição da MP 398.Para o país, é uma excelente notícia e um grande desafio. Vamos testar, na prática, se estamos preparados para estabelecer um contraponto ao poder das emissoras da TV comercial, concentradas nas mãos de algumas famílias, empresas e grupos políticos. E desenvolver esse contraponto, ao lado da chamada imprensa alternativa e popular, construindo um real sistema público de comunicação, sem que ele resvale para a imprensa governista e chapa-branca.Com a criação da EBC, nem todos os passos foram dados. Fica para um segundo momento o desafio de regular e estabelecer, por lei, a concorrência entre os meios de comunicação. O que temos, hoje, especialmente no caso da TV, são monopólios sem regulação. Basta comparar a legislação de países desenvolvidos e democráticos com a nossa realidade legal, e de fato. Tentativas feitas no passado, ingênuas ou heróicas, de romper o monopólio da comunicação social no país, fracassaram. Lembro os semanários Opinião, Movimento, Pasquim, para citar alguns, ou mesmo o diário A República. Não conseguiram vencer o monopólio, embora tenham cumprido importante papel na resistência à ditadura, como no caso dos três semanários citados, ou por falta de recursos, ou incapacidade política de se sustentarem independentes. Experiência recente, as rádios comunitárias sobrevivem pressionadas pela burocracia, que não as legaliza, e pela repressão que, coincidência ou não, atinge as mais combativas.A democratização da mídia no Brasil ganhou espaço importante com a internet. Fora desse espaço, temos, na prática, dois caminhos. Um legal, pela regulação da concorrência, e outro comercial, via criação de novos jornais, rádios e TVs. No caso da tevê, a entrada de novos grupos é limitada pela disponibilidade de novas concessões. Um quadro que poderia ter mudado com a TV digital. No entanto, o governo, ao escolher o modelo de transmissão em alta definição, que ocupa mais espectro, optou por manter praticamente os mesmos players, criando apenas quatro novos canais públicos. Na prática, o espaço que realmente existe para novos grupos é o da mídia impressa.Daí, a importância política da TV pública como experiência prática e de exercício da democracia. Agora, a sociedade espera que o Congresso Nacional tome a iniciativa de debater e produzir uma nova lei da comunicação eletrônica de massa, que imponha contrapartidas e compromissos aos detentores das concessões de rádio e TV. Também há um clamor para que o Ministério das Comunicações crie uma infra-estrutura para analisar os projetos em tempo hábil, e intensifique a fiscalização para que a legislação atual seja cumprida, e as concessões em situação irregular, cassadas.A criação da EBC representa um passo importante. Que ele seja o primeiro em direção à democratização dos meios de comunicação, à pluralidade de fontes de informação, base para a verdadeira democracia.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Idaf inicia em Plácido de Castro 18ª campanha contra aftosa

O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) realizou nesta quinta-feira na Fazenda Bela Vista, no ramal Novo Horizonte, em Plácido de Castro, ato de início da 18ª campanha de vacinação contra a febre aftosa no Acre. “Temos de estar conscientes e cuidar cada vez melhor dos nossos rebanhos”, alertou o criador Vilmar Vicenzi, dono de uma propriedade no Novo Horizonte.

“Toda a estrutura do Idaf está empenhada em realizar uma grande cobertura vacinal”, afirmou o presidente do órgão, Paulo Vianna.

Produtores rurais e autoridades de Plácido de Castro estiveram presentes. “Os gestores têm de participar e eu tenho prazer em poder contribuir com esse trabalho que beneficia a todo o Estado”, disse Paulo Almeida, prefeito de Plácido de Castro.

Pelo menos 2,5 milhões de doses da vacina já estão disponíveis em 26 lojas credenciadas em todos os municípios do Acre. A campanha terminará no próximo dia 30 com meta de cobertura de 100% do rebanho bovino, estimado em 2,5 milhões de cabeças. Estão sendo investidos, entre recursos públicos e privados, R$3 milhões. A abertura oficial da segunda etapa 2007 ocorreu nesta quarta-feira, 31, em cerimônia realizada no Tatersal da Expoacre com a presença do governador em exercício, César Messias.

Estão envolvidos 217 técnicos e agentes de vacinação antes, durante e depois da campanha. Quem não vacinar nesse período, somente o poderá fazer com autorização do Idaf. Sem o comprovante de vacina, o criador não poderá obter a Guia de Transporte de Animal (GTA) e poderá ser multado em R$5 por cabeça. Depois da campanha, o criador deve declarar a vacinação ou poderá sofrer advertência e multa.

A região foi escolhido para início da vacinação por ser grande produtora de leite. Na campanha de maio passado, 1ª etapa, Plácido de Castro atingiu cobertura de 98% do rebanho.

Para o presidente da Câmara de Vereadores de Plácido de Castro, Evaldo Melo, os criadores são os verdadeiros atores da guerra por manter o Acre livre da aftosa. “Os maiores responsáveis pelo Acre ser zona livre da doença são os produtores”, afirmou.

Em 2003, o Acre foi reconhecido como zona livre de aftosa com vacinação pelo Instituto Internacional de Epizootias. O certificado foi recebido na França por uma comitiva de gestores e produtores acreanos.

Para manter os status, o Estado vai além das atividades de rotina. O Idaf iniciou a fiscalização 24 horas em Xapuri, Brasiléia, Epitaciolândia e Assis Brasil para proibir o trânsito ilegal de animais e promover a atualização do cadastro das propriedades com 100% georeferenciamento.

“Cuidar do gado é fundamental e isso não serve só para os grandes produtores mas para o pequeno, que em caso de doença sairá mais prejudicado”, alertou o criador Jovacir Antonio da Silva, da Fazenda Paraná, no ramal da Enco.
Edmilson Ferreira
Agência de Notícias do Acre