domingo, 18 de setembro de 2011

No último dia do Semináro de Jornalismo da Amazônia o editor e apresentador do Jonal Nacinal William Bonner falou sobre as midias sociais




Apresentação do JN mudou depois das mídias sociais, diz William Bonner


O evento trouxe a diretora-executiva da CBN, Mariza Tavares, e o editor-chefe do Jornal Nacional, William Bonner.


MANAUS – A migração do rádio para a internet e o impulso das redes sociais no telejornalismo brasileiro marcaram o encerramento do XVII Seminário de Jornalismo da Amazônia na noite desta sexta-feira (16). A diretora-executiva da Rádio CBN, Mariza Tavares, e o editor-chefe do Jornal Nacional, William Bonner, palestraram durante o evento no Studio 5 Centro de Convenções, em Manaus, surpreendendo os participantes com revelaçóes sobre o impacto das mídias sociais no rádio e no telejornalismo. Mariza Tavares, primeira palestrante da noite, falou sobre “O Rádio e as Mídias Sociais”. Segundo ela , muitos acreditaram que o rádio desapareceria com a expansão da internet, mas o veículo encontrou na rede de computadores uma aliada. Para a jornalista, os dois meios de comunicação se assemelham na simplicidade de utilização. A jornalista também destacou a importância do celular para a audiência das rádios na atualidade. “O celular, hoje em dia, é quase que uma extensão das mãos e dos braços”, disse.


A Rádio CBN , presente em 29 cidades brasileiras, experimenta atualmente todas as mídias sociais. “ Nesse novo formato, o internauta realiza downloads dos programas em Podcast ou via Iphone através de um aplicativo”, contou a diretora.


Algumas reportagens também estão no site de vídeos You tube. Segundo Mariza, a CBN contabilizou mais de 197.212 downloads realizados via Iphone, mais de 118.200 downloads de Podcast realizados por dia e mais de 556.700 visualizações no You tube. Além disso, pessoas de várias partes do mundo interagem com a Rádio CBN pela internet.


Mariza destacou, ainda, a contribuição do internauta para as pautas da rádio. Segundo ela, o ouvinte enriquece o trabalho do jornalista, embora o repórter tenha a obrigação de fazer a checagem de informação. “Qualquer denúncia deve ser tratada como uma pauta a ser investigada”, enfatizou.


Willian Bonner e as mídias sociais


A palestra “Mídias Sociais e os impactos no jornalismo televisivo” do editor-chefe do Jornal Nacional, William Bonner, fechou o XVII Seminário de Jornalismo da Amazônia. Bonner interagiu com o público do início ao fim da apresentação. De forma descontraída, iniciou a palestra mudando a sonoridade grave da voz, performance que repetiu ao imitar alguns colegas de profissão, no relato de histórias do dia-a-dia de trabalho, arrancando gargalhadas dos participantes.


Conhecido como “tio” no Twitter, Bonner falou sobre os critérios de notícia do JN e sobre a convergência de mídias com as redes sociais na Internet. Segundo ele, as novas mídias não apenas impactaram o telejornalismo brasileiro. “As redes sociais impulsionaram o telejornalismo”, disse.


O jornalista possui 2 milhões de seguidores no twitter. Em 2010, ele conquistou o Oscar do Twitter em Nova York como o jornalista mais popular no microblog. Bonner disse ficar conectado à rede social durante a apresentação do JN para se manter informado. “O Twitter é uma rede que nos alerta para a gravidade de algo que até aquele momento não parecia grave”, destacou. O editor-chefe disse que não utiliza o Twitter para o jornalismo. Para ele, as redes sociais são uma forma de estabelecer contatos e dividir ideias. “Eu entendo que na essência, a rede social foi criada com o fim de aproximar pessoas”, destacou.


De forma bem humorada, Bonner revelou suas primeiras experiências nas redes sociais. Disse que considerava absurdo um apresentador de TV não possuir Twitter. Seu primeiro post ‘Vamos ver se esse troço serve para alguma coisa” não trouxe comentários. Depois de postar uma frase sobre o lançamento de um livro, ganhou mais de 3 mil seguidores e tornou-se um twitteiro assíduo. Segundo ele, como não faz jornalismo na rede social, já passou até receita de brigadeiro pela internet. Segundo o apresentador, para não perder a credibilidade, já que havia prometido fazê-lo.


Para Bonner, o próprio JN mudou depois que passou a usar o twitter.” O enquadramento das imagens, o formato da mesa no estúdio e a postura dos apresentadores estão entre as mudanças. A minha forma de apresentar o Jornal Nacional também mudou”, destacou.


Segundo o jornalista, a direção da Rede Globo preocupou-se com as mídias sociais . A emissora não proibiu a atitude, mas passou um documento interno para alertar os profissionais quanto ao risco da exposição. “A empresa entendeu que deveria contar com a cumplicidade, compreensão e bom senso dos profissionais”, explicou.


Diploma para Jornalista


O editor-chefe do JN também falou sobre as mudanças trazidas com a falta de exigência do diploma de Jornalismo. Para o apresentador, as contratações não mudaram com a queda da obrigatoriedade do diploma. Ele aconselhou as universidades sobre a importância dos alunos terem o domínio da Língua e dos fatos históricos. Já que o diploma não é obrigatório, as escolas de jornalismo deveriam aproveitar a oportunidade de oferecer aos alunos o que é valioso, como aulas de Língua Portuguesa e História”, enfatizou.


Carismático e brincalhão, Bonner aproveitou todas as perguntas para esclarecer alguns episódios que ocorreram durante a apresentação do JN. Ao final do evento, o apresentador posou para fotos com participantes do evento.




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